"E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna. 1 João 5:20"

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

MONOTEÍSMO CRISTÃO


Capítulo 1. MONOTEÍSMO CRISTÃO

"Ouve, Israel: o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR" (Deuteronômio 6:4).

"Deus é um" (Gálatas 3:20).
Há um Deus. Há só um Deus. Esta doutrina é o cento da mensagem Bíblica, e tanto o Velho quanto o  Novo Testamento a ensinam  claro e enfaticamente. Apesar da simplicidade desta mensagem e da clareza com que a Bíblia a apresenta, muitos que acreditam na existência de Deus não entenderam isto. Até mesmo dentro do Cristianismo, muitas pessoas, inclusive teólogos, não tem entendido esta mensagem bonita e essencial. Nosso propósito é focalizar esta questão, afirmar e explicar a doutrina bíblica da unicidade de Deus.
Definição de Monoteísmo
A crença em um único Deus é chamada de monoteísmo que deriva de duas palavras gregas: monos, significando só, singular, um; e theos, significando Deus. Aqueles que não aceitam o monoteísmo pode ser classificado em uma das seguintes categorias: ateísta - que nega a existência de Deus; agnóstico  - que afirma ser a existência de Deus desconhecida e provavelmente incognoscível; panteísta  - que compara Deus com a natureza ou as forças do universo; ou um politeísta - que acredita em mais de um Deus. Diteismo, a crença em dois deuses, é uma forma de politeísmo, assim como o triteismo, a crença em três deuses. Entre as principais religiões do mundo, três são monoteísticas: o Judaísmo, o Islamismo, e o Cristianismo.
Há, entretanto, dentro das fileiras dos que se denominam cristãos pontos de vistas divergentes em relação à natureza da Divindade. Uma dessas correntes, chamada trinitarianismo, afirma que há três pessoas distintas na Divindade  - Deus Pai, Deus Filho, e Deus Espírito  Santo - mas ainda um só Deus. (Veja o Capítulo 11 -TRINITARIANISMO: DEFINIÇÃO E DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO
Dentro dos graus do trinitarianismo, podemos distinguir duas tendências extremas. Por um lado, alguns trinitarianos enfatizam a unidade de Deus sem ter desenvolvido uma compreensão cuidadosa do significado das três pessoas distintas da Divindade. Por outro lado, outros trinitarianos dão ênfase a triplicidade da trindade a ponto de acreditarem em três seres auto-concientes, e o seu ponto de vista é essencialmente triteistico.
Além do trinitarianismo, há a doutrina de binitarianismo que não classifica o Espírito Santo como uma pessoa separada, mas afirma crer em duas pessoas na Divindade.
Muitos monoteístas têm destacado que tanto o trinitarianismo quanto o binitarianismo debilitam o monoteísmo rígido ensinado pela Bíblia. Eles insistem que a Divindade não pode ser dividido em pessoas e que Deus é absolutamente uno.
Os que acreditam no monoteísmo rígido se dividem em duas classes. Uma classe afirma que há só um Deus, e assim fazendo, nega, de uma maneira ou de outra, a perfeita divindade de Jesus Cristo. Este ponto de vista foi representada na história da igreja primitiva pelos dinâmicos monarquistas, como Paulo de Samosata, e pelos Arenistas, liderados por Arius. Estes grupos relegavam Jesus à posição de um deus criado, deus subordinado, deus filho, ou semideus.
A segunda classe dos verdadeiros monoteísta acredita em um Deus, mas, além disso, acredita que a plenitude da Divindade é manifestada em Jesus Cristo. Eles acreditam que o Pai, Filho, e Espírito Santo são manifestações, modos, funções, ou relacionamentos que o Deus único tem exibido ao homem. Os historiadores da igreja têm usado os termos moralismo e monarcianismo modalistico para descrever esse ponto de vista, sustentado na igreja primitiva por líderes como Noetus, Praxeas, e Sabellius. (Veja Capítulo 10 – CRENTES UNICISTAS NA HISTÓRIA DA IGREJA.) No século vinte, aqueles que acreditam tanto na indivisível unicidade  de Deus, quanto na perfeita divindade de Jesus Cristo, freqüentemente usam a termo Unicidade para descrever aquilo em que crêem. Eles também usam os termos “Um Deus” e “Nome de Jesus”como adjetivos para se auto-denominarem, enquanto os oponentes às vezes usam expressões errôneas e desacreditas como " Só Jesus" e" Assunto Novo." (O rótulo" Só Jesus " é errôneo porque os trinitarianos insinua uma negação do Pai e do Espírito Santo. Porém, os que acreditam na Unicidade não negam o Pai e Espírito, mas antes vêem o Pai e o Espírito como papéis diferentes do Deus único que é o Espírito de Jesus.)
Em resumo, o Cristianismo apresentam quatro pontos de vista básicas a respeito da Divindade: (1) trinitarianismo, (2) binitarianismo, (3)  monoteísmo estrito, com a negação da perfeita divindade de Jesus Cristo, e (4)  monoteísmo estrito com a afirmação da completa deidade de Jesus Cristo, a Unicidade.
Tendo examinado de modo geral o conjunto das crenças humanas sobre a Divindade, vamos olhar o que a Palavra de Deus  - a Bíblia  - tem a dizer sobre o assunto.
O Velho Testamento Ensina Que Não Há Senão Um Deus
A expressão clássica da doutrina de um só Deus se encontra  em Deuteronômio 6:4. "Ouve, Israel: o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR." Este verso da Bíblia se tornou a declaração mais distintiva e importante de fé para os judeus. Eles chamam isto o Shema, de acordo com a primeira palavra da frase em hebraico, e eles citam freqüentemente isto em inglês como" Ouve, O Israel, o SENHOR é nosso Deus, o SENHOR é único". (Também veja o NIV.) Tradicionalmente, um judeu devoto sempre tentou fazer esta confissão de fé antes de morrer.
Em Deuteronômio 6:5, Deus continuou o anúncio do versículo precedente com uma ordem que requer crença total  e amor por Ele como  um  só e único Deus: "Amarás pois  o SENHOR teu Deus com todo o teu coração, e com toda a tua alma, e com toda a tua força ". Devemos notar a importância que Deus atribui a Deuteronômio 6:4-5. Ele ordena que estes versos sejam colocados no coração (verso 6), ensinados às crianças ao longo do dia (verso 7), atado à mão e à testa (verso 8), e escrito nos umbrais e nas portas das casas (verso 9).  Os Judeus ortodoxos obedecem literalmente essa ordem ainda hoje amarrando o tefillin (phylacteries) nos seus antebraços esquerdos e nas testas quando oram, e colocando mezuzzah em suas portas e portões. (Teffilin são pequenas caixas amarradas ao corpo através de correias de couro, e mezuzzah são pequenos recipientes  contendo pequenos rolos das escrituras.) Dentro dos dois tipos de recipientes estão versículos das Escrituras manuscrito em tinta preta por um homem piedoso que observou certos rituais de purificação dentro de ambos. Os versos da Bíblia geralmente são Deuteronômio 6:4-9,11: 18-21, Êxodo 13:8-10, e 13:14-16.
Durante uma viagem para Jerusalém onde nós colhemos a informação anterior, [1] tentamos comprar o tefillin. O comerciante judeu Ortodoxo disse que ele não vendia tefillin a cristãos porque eles não acreditam nele e nem têm a devida reverência a esses versos das Escrituras. Quando nós citamos Deuteronômio 6:4 e explicamos nossa total concordância a isto, os olhos dele iluminaram e ele prometeu vender a nós com a condição de que nós tratássemos o tefillin com cuidado e respeito. A preocupação dele mostra a reverência extrema e profundidade de convicção que os judeus têm para o conceito de um único Deus. Também revela que uma razão principal para a rejeição judia do Cristianismo ao longo de história é a distorção percebida da mensagem de monoteística.
Muitos outros versos da Bíblia no Velho Testamento afirmam enfaticamente o monoteísmo estrito. Os Dez Mandamentos começam com, “Não terás outros deuses diante de mim" (Êxodo 20:3; Deuteronômio 5:7). Deus enfatizou este comando declarando que Ele é um Deus zeloso (Êxodo 20:5). Em Deuteronômio 32:39, Deus disse que não há nenhum outro deus com ele. Não há nenhum deus semelhante ao SENHOR e não há nenhum Deus ao lado d’Ele (II Samuel 7:22; I Crônicas 17:20). só Ele é Deus (Salmo 86:10). Há enfáticas declarações de Deus em Isaias.

"Antes de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu, sou o SENHOR; e fora de mim não há salvador" (Isaias 43:10-11).


"Eu sou o primeiro, e eu sou o último; e ao lado de mim não há nenhum Deus" (Isaias 44:6).
"Há outro Deus além de mim? Não, não há outra rocha que eu conheça" (Isaias 44:8).
"Eu sou o SENHOR que faço todas as coisas; que sozinho estendi os céus; e sozinho espraiei  a terra " (Isaias 44:24).
Além  de mim não há outro. Eu sou o SENHOR e não há nenhum outro" (Isaias 45:6).
Não há outro Deus senão eu; um Deus justo e Salvador; não há além de mim. Olhai para mim, e sede salvos, vós todos os termos da terra: porque eu sou Deus, e não há nenhum outro" (Isaias 45:21-22).
"Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade; porque eu sou Deus, e não há nenhum outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim" (Isaias 46:9).
"Eu não darei minha glória a outrem" (Isaias 48:11; veja também Isaias 42:8).
“Ó SENHOR dos exércitos, Deus de Israel que estás entronizado acima dos querubins, tu somente és o Deus de todos os reinos da terra, tu só fizestes os céus e a terra (Isaias 37:16)”.
Há somente um Deus que é o Criador e Pai da humanidade (Malaquias 2:10). Durante o Reinado do Milênio, haverá um só SENHOR com um só nome (Zacarias 14:9).
Em resumo, o Velho Testamento fala de Deus como sendo único. Muitas vezes a Bíblia chama Deus de o Santo de  Israel (Salmo 71:22; 78:41; Isaias 1:4; 5:19; 5:24), mas nunca de " santo dois, santo três," ou " muitos santos."
Uma observação comum feita por alguns  trinitarianos sobre a doutrina do Velha Testamento da unicidade de Deus é que Deus teria apenas pretendido dá ênfase à sua unicidade em oposição aos deuses pagãos, embora  Ele ainda existisse como uma pluralidade. Porém, se esta conjetura fosse verdade, por que Deus não fez isto claro? Por que os judeus não entenderam uma teologia de " pessoas" mas insistiu em um monoteísmo absoluto? Nos deixe olhar para isto do ponto de vista de Deus. Suponha  que Ele quis excluir qualquer crença na pluralidade da  Divindade. Como Ele poderia fazer usando terminologia então-existente assim? Que palavras Ele poderia usar, fortes bastante, para comunicar sua mensagem ao seu povo? Pensando sobre isso, nós perceberemos que Ele usou a linguagem mais forte possível capaz de descrever a unicidade absoluta. Nos versos antes citados em Isaias, nós notamos o uso de palavras e frases como" nenhum, não há outro, nenhum semelhante, nenhum ao lado de mim, só, sozinho," e" um só." Seguramente, Deus não pôde fazer isto mais claro que não existe nenhuma pluralidade na Divindade. Em resumo, o Velho Testamento afirma que Deus é absolutamente um, em número.
O Novo Testamento Ensina Que Não Há Senão Um Deus
Jesus ensinou enfaticamente Deuteronômio 6:4, chamando-o de primeiro de todos os mandamentos (Marcos 12:29-30). O Novo Testamento pressupõe o que ensina o Velho Testamento de que há um só Deus e explicitamente repete esta mensagem muitas vezes.

"Visto que Deus é um só o qual justificará" (Romanos 3:30).

“Não há senão um só Deus” (I Corintios 8:4).
"Para nós há um só Deus, o Pai" (I Corintios 8:6).
"Mas Deus é um" (Gálatas 3:20).
"Um só Deus e Pai de todos" (Efésios 4:6).
"Porquanto há um só Deus" (I Timóteo 2:5).
"Tu crês que há um só Deus; fazes bem: os demônios também acreditam, e tremem" (Tiago 2:19).
Novamente, a Bíblia chama Deus de o Santo (I John 2:20). Há um trono no céu e apenas um senta nele (Apocalipse 4:2).
Em capítulos subseqüentes nós exploraremos em maior profundidade, o monoteísmo do Novo Testamento, mas os anteriores versos da Bíblia são suficientes para estabelecer que o Novo Testamento ensina que Deus é um.
Conclusão
Como nós vimos, a Bíblia inteira ensina um monoteísmo estrito. O povo de Deus sempre foi identificado com a mensagem de um - único Deus. Deus escolheu Abraão por sua disposição de abandonar os deuses de sua nação e do seu pai e adorar o único Deus verdadeiro (Gênese 12:1-8). Deus castigou Israel todas as vezes que o povo começou a adorar outros deuses, e adoração politeísta foi uma das principais razões para que Deus finalmente os enviasse para o cativeiro (Atos 7:43). O Salvador veio ao mundo através de uma nação (Israel) e através de uma religião (o Judaísmo) cujo povo tinha se libertado finalmente do politeísmo. Eles eram completamente monoteístas.
Hoje, Deus ainda exige para Ele uma adoração monoteísta. Nós na igreja somos os herdeiros de Abraão pela fé, e essa posição de honra exige que tenhamos a mesma fé monoteísta no Deus de Abraão (Romanos 4:13-17). Como cristãos no mundo jamais temos que deixar de exaltar e proclamar a mensagem de que há apenas um único e verdadeiro Deus vivo.

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